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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Reflexão: Evangelho do dia 19 de outubro (Lucas 12,1-7)

O fermento dos fariseus: a hipocrisia.

        O tema da primeira parte do Evangelho de hoje é a hipocrisia, que é uma palavra de origem grega, e significa "fingimento". Existem várias formas de se cometer hipocrisia, dentre elas, duas são as mais conhecidas: a primeira é quando denunciamos uma pessoa ou grupo de pessoas que comete algum ato que também nós cometemos; e a segunda é quando acreditamos que uma regra ou conjunto de regras devem ser seguidas por um grupo de pessoas, mas não por outro. Em qualquer forma de hipocrisia, existe um ponto em comum: a mentira e o fingimento. O hipócrita acredita que vai conseguir manter em segredo a sua mentira, e acaba criando uma prisão para ele mesmo. E um ponto interessante é que na medida em que a mentira vai crescendo, a pessoa vai criando meios de se defender... E uma das formas mais comuns de se defender, é atrás da arrogância. Se você prestar atenção, vai perceber que toda pessoa arrogante, morre de medo que as pessoas descubram suas fragilidades. Por isso Jesus disse que os seus discípulos não deveriam esconder nada de ninguém. Tudo o que está escondido, será revelado! O que for dito no ouvido de uma pessoa, dentro de um quarto, será proclamado de cima dos telhados! Isso o que Jesus disse, em particular aos discípulos, foi para que eles nem pensassem em tentar esconder nada de ninguém, pois essa é a raiz da mentira, que leva ao fingimento, que é a própria HIPOCRISIA.

        Um cientista cognitivo chamado Keith Stanovich, da Universidade de Toronto (Canadá) se dedicou a estudar a hipocrisia e chegou a uma conclusão surpreendente. Só existem 2 tipos de pessoas que não são hipócritas: "uma minoria que é tão santa, que não se entrega aos seus instintos mais básicos", e "um grupo maior que nunca tenta viver segundo os princípios da moralidade e dos bons costumes". Para ele, todo o resto é hipócrita em algum momento ou aspecto da vida. Sendo mais claro para que todos entendam: se você não faz parte de nenhum dos dois grupos, então você tem algo a esconder, e é capaz de mentir (ou fingir) para que as outras pessoas não descubram. Deprimente, não?

        Mas eu ainda prefiro tentar entrar pro grupo de não-hipócritas santos... Então vejamos: o que o cientista quer dizer com "instintos mais básicos"? Os instintos básicos são: o de sobrevivência e o de perpetuação. Freud dizia que os anseios mais profundos do ser humano são: o de sentir-se importante e a satisfação sexual. Outros cientistas acrescentaram ou modificaram as palavras. Padre Léo dizia que o maior desejo do ser humano é o de "sentir-se amado". E aí vem a pergunta mais importante de hoje: para qual dessas razões você acha que valeria a pena mentir, fingir, ser hipócrita? O ideal seria: nenhuma delas. E você sabe disso, mas em qual delas está a sua fragilidade?

        Esse é um assunto que para quem apenas lê o Evangelho sem adentrar na reflexão, pode parecer simples... Mas veja que daria para escrever um livro sobre esse assunto. E é impossível falar sobre isso e não tocar na ferida de quem escuta... a não ser que a pessoa já tenha criado um mecanismo de auto-negação.

        Jesus termina o Evangelho com uma palavra de ânimo: "Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não tenhais medo. Vós valeis mais do que muitos pardais." Nós podemos achar que estamos escondendo bem nossas fragilidades, mas Ele sabe TUDO. E no final, nós vamos entender que é somente a Ele que iremos prestar contas de TUDO o que fizemos aqui nesse mundo.

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



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