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domingo, 30 de setembro de 2007

Nós escolhemos o céu ou o inferno enquanto estamos aqui (Lc 16,19-31) (30/09/07)

Nós escolhemos o céu ou o inferno enquanto estamos aqui...

        Devido a grande procura pela reflexão do Evangelho do domingo durante a semana que o antecede, começarei a antecipá-la, na medida do possível, a partir desta semana.

        Já começo esta reflexão relembrando uma das minhas estórias preferidas, contada pelo padre Léo, e que eu transcrevi aqui no dia 12 de setembro. O link é esse que segue: http://reflexaoliturgiadiaria.blogspot.com/2007/09/reflexo-evangelho-do-dia-12-de-setembro.html.

        Como Deus é providente, encontrei uma palestra de Padre Léo em que ele fala exatamente sobre esse Evangelho. Editei para deixar aqui somente a parte em que ele fala especificamente desta passagem. A homilia inteira tem duração de 1 hora, eu selecionei aproximadamente 9 minutos. Vale a pena ouvir...

 



 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



sábado, 29 de setembro de 2007

Eu te vi (Jo 1,47-51) (29/09/07)

"Eu te vi."

        No dia 24 de agosto já iniciamos a reflexão sobre esta passagem bíblica, aliás, naquele dia a leitura ia do versículo 45 ao 51, e na ocasião eu me detive mais nestes 2 versículos que não entraram no Evangelho de hoje. Então a reflexão de hoje será uma continuação da que começamos naquela ocasião (http://reflexaoliturgiadiaria.blogspot.com/2007/08/reflexo-sobre-o-evangelho-do-dia-24-de.html).

        Observe quantas vezes o verbo "ver" foi citado neste texto: 5 vezes! Mas nem sempre o "ver" daqui é sinônimo de "olhar". Jesus viu Natanael chegar e disse que ali vinha um "israelita de verdade, sem falsidade". Em seguida é que vem uma parte interessante... Natanael pergunta: "De onde me conheces?" E a resposta de Jesus é, no mínimo, intrigante. Preste atenção: "Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas embaixo da figueira, eu te vi." Jesus respondeu a pergunta de Natanael? Aparentemente, não. Mas a resposta de Jesus, para Natanael, foi tão perfeita, que na mesma hora ele reconheceu "o Filho de Deus, o Rei de Israel". A pergunta que não quer calar: O QUE NATANAEL ESTAVA FAZENDO EMBAIXO DESSA FIGUEIRA?

        A psicologia diz que todos nós, na maioria das vezes quando estamos diante de alguém, representamos. E isso acontece até com os bebês. Quando percebemos que estamos sendo observados, não agimos da mesma forma que quando não estamos sendo observados. E é no momento em que não estamos sendo observados que nós realmente deixamos vir à tona o nosso íntimo... aquilo que está no nosso CORAÇÃO e que somente nós conhecemos. E você só pode dizer que conhece uma pessoa, de verdade, se você conhecer o CORAÇÃO dela.

        Nós nunca saberemos exatamente o que Natanael estava fazendo embaixo daquela figueira. Naquele momento, Natanael não imaginava que estava sendo observado. Mas Jesus observou atentamente e tirou uma conclusão desta sua observação: "Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade". Jesus era DISCRETO, não disse o que Natanael estava fazendo naquele seu momento pessoal.

        Sócrates dizia: "Conhece-te a ti mesmo." Quer saber quem você é? Observe que direção seus pensamentos tomam, quando você está completamente sozinho... Não se preocupe, ainda não inventaram um jeito de ver seus pensamentos. É quando você se despreocupa de passar qualquer imagem, que você mostra realmente o que tem no seu coração. Quem consegue captar esses momentos (como Jesus captou o de Natanael) tem um dom especial: conhecer o íntimo de uma pessoa, às vezes até melhor do que a própria pessoa.

        Não gostou do caminho que os seus pensamentos seguem quando você deixa eles voarem por eles mesmos? Eles vão para o pecado, para a depressão, para lugar nenhum?... Não se preocupe, isso tem uma solução. O nosso inconsciente é burro. Não consegue diferenciar o entre o certo e o errado. Nós temos que alimentá-lo, conscientemente, com coisas boas. Escute uma música bonita, leia algo prazeroso, converse com alguém alegre, viaje, aprenda algo novo, assista um bom filme... O seu inconsciente vai ficar repetindo isso ao seu coração... e quando Jesus te ver no teu quarto, sozinho, e disser que te viu, você saberá que Ele te conhece, verdadeiramente.

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Quem é Jesus para você? (Lc 9,18-22) (28/09/07)

Quem é Jesus para você?

        O Evangelho de ontem narra a reação de Herodes ante as notícias que se espalhavam sobre Jesus. Após esse episódio, Lucas narra a multiplicação dos pães (que não entrou nessa seqüência da Liturgia Diária), e hoje continua com o versículo 18, onde Jesus pergunta o que falam dEle, e o que os discípulos pensam dEle. E o interessante disso tudo é que os discípulos escutavam os mesmos comentários que chegaram aos ouvidos de Herodes... que Jesus era ou João Batista, ou Elias, ou algum dos profetas antigos, que ressuscitou. Mas o que Jesus realmente queria saber era o que os seus discípulos pensavam a respeito dEle. E nesse momento é Pedro quem se adianta, dizendo: "Tu és o Cristo de Deus!"

        A palavra "Cristo" vem do grego, é uma tradução literal de "Messias", e significa "ungido". Esta resposta de Pedro tem todo um significado, e é sobre isso que vamos refletir hoje.

        Os livros proféticos do Antigo Testamento falam da vinda do Messias, o Salvador. E atribui a Ele o poder de curar os doentes, expulsar demônios, e trazer a paz ao povo. João Batista sabia disso. E é por isso que quando ele mandou seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele era o Messias (ou se ainda viria outro), Jesus pediu que os discípulos de João o acompanhassem durante aquela tarde enquanto Ele realizou a cura de cegos e aleijados. Depois disso, Jesus disse aos discípulos de João que voltassem para dizer o que tinham visto. Jesus não queria dizer, neste momento, que Ele era o Messias, pois muitas coisas ainda precisavam acontecer antes do seu martírio. João Batista, como conhecedor das escrituras, sabia desses sinais. Se Jesus já afirmasse desde esse momento que era a Promessa de Deus, o alvoroço e a polêmica seriam ainda maiores do que este que já estava acontecendo. E isso poderia encurtar a sua trajetória no meio de nós.

        Mas então as pessoas da época não sabiam que Ele era o Ungido de Deus? O Filho de Deus? Que não deveriam esperar que viesse outro? Pois é, não sabiam. Somente os discípulos sabiam disso. E foram SEVERAMENTE PROIBIDOS de comentar isso com alguém até que Ele passasse pelo martírio, morte e ressurreição.

        Ainda hoje os judeus esperam a primeira vinda do Messias. Para eles, Jesus foi apenas mais um profeta, que teve a sua importância, mas que não libertou o povo, como eles esperavam. O entendimento deles não permite que vejam a libertação que Jesus veio trazer... A libertação da escravidão do pecado. Essa libertação vai muito além da libertação que eles esperavam, que era a libertação da servidão aos romanos da época, e depois a tantos outros povos ao longo da história. A libertação que Jesus veio trazer é de dentro pra fora. Você pode estar acorrentado numa prisão, e ser livre. Você pode estar doente em um leito de hospital, rejeitado pelos seus pais e estar em um orfanato ou um asilo, pode ter perdido a saúde, a dignidade, o dinheiro, a liberdade de ir e vir... e ainda ser livre. Parece contraditório, mas é a Verdade. E "a Verdade vos libertará". Nem a morte causa medo a quem tem essa liberdade. E essa é a maior prova de fé: não temer a morte.

        Tem uma música de Roupa Nova que diz assim: "Lá no final, há um lugar... ondas de puro amor vão nos envolver... feito o mar..." Esse é o nosso destino. Somos rios, e quando o rio pensa que vai morrer, ele se encontra com o mar... e é envolvido pelo mar, se mistura a ele, e passam a ser um só... o mar é Deus.

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Para que você quer ver Jesus? (Lc 9,7-9) (27/09/07)

Para que você quer ver Jesus?

        Quem gosta de escrever sabe que a maior parte do que pensamos, enquanto escrevemos, não vai pro papel (ou pro computador), mas fica das entrelinhas. Com São Lucas não era diferente... E nós vamos entender isto enquanto conversamos sobre o Evangelho de hoje.

        Na Palestina da época de Jesus era evidente que todos, em todas as cidades, ouviam falar dEle. E a grande maioria deveria sentir grande curiosidade em conhecer Jesus. E é aí que entra a sensibilidade do escritor... com a passagem de hoje, nós constatamos que até Herodes ficou admirado com o que se falava de Jesus. Provavelmente, contaram sobre o milagre de Caná, das curas dos doentes, da multiplicação dos pães... e tudo o que parecesse sobrenatural, deixava Herodes perplexo. Ele era muito supersticioso! Por isso que ele pensou logo em João, Elias e os profetas antigos terem ressurgido dos mortos.

        O Evangelho conclui dizendo que Herodes "procurava ver Jesus". Mas PARA QUÊ? Pelo que esta passagem narra, já é possível deduzir... mas para ter certeza, só precisamos passar algumas páginas adiante... quando Jesus é levado diante de Herodes na Sexta-Feira Santa. Herodes quer ver Jesus realizar alguma "mágica". Mas Jesus não dirige sequer uma palavra para ele. Herodes não merecia nem uma palavra de Jesus. A arrogância dele era desprezível, literalmente.

        PARA QUE eu quero ver Jesus? PARA QUE você quer ver Jesus? Já pensou nisso? Até Herodes queria ver Jesus, de tanto que ele ouviu falar. Normalmente, quando ouvimos falar muito de alguém, ficamos curiosos para conhecê-lo. Você já ouviu alguém dizer para você: "Ah, então você é _____, ouvi muito falar de você!" E você diz: "Falaram bem ou mal?" Pois Jesus não só ouve falar muito de você, como também está sempre por perto, pronto para lhe ajudar, caso você precise e peça a ajuda dEle. Ele está muito ansioso para ver cada um de nós... Sabe PARA QUÊ? Para fazer-nos pessoas felizes, agora e para sempre. E esta é uma frase que está cheia de entrelinhas, pois a maneira que Jesus pretende fazer isso é especial para cada pessoa.

        A mensagem de hoje então é: PARA QUE VOCÊ QUER VER JESUS? Agora que você sabe PARA QUE Jesus quer vê-lo, fica mais fácil responder essa pergunta? A pergunta natural que irá surgir, quando você fizer sua reflexão pessoal será... COMO EU FAÇO PARA VER JESUS? A resposta para essa pergunta fica para outro dia...

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Aprendendo a Humildade (Lc 9,1-6) (26/09/07)

Aprendendo a Humildade

        A liturgia de hoje fala sobre a missão dos discípulos, e Jesus dá as instruções que eles devem seguir, e dentre essas instruções, o evangelista Lucas não deixou passar esta: "Não leveis NADA para o caminho: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem mesmo duas túnicas." Você que está sentado confortavelmente à frente do computador, sairia de casa assim? Sem levar nada?

        Na época de Jesus era assim que se fazia. Não existia internet, televisão, rádio, jornal, e até mesmo o correio demorava muitos dias para levar uma notícia a um lugar distante. E estas longas distâncias eram percorridas à pé por esses mensageiros de Deus. Muitas vezes, no meio da estrada, eles deviam sentir fome, cansaço, dores, medo, solidão... e não tinham absolutamente NADA para comer, nem remédio, nem dinheiro, nem um cobertor... Por que Jesus os instruiu desta forma? Qual o sentido de uma ordem como essa?

        Vamos fazer um exercício mental... coloque-se no lugar deste discípulo. Você saiu da sua cidade à pé, sem levar nada, a não ser a roupa do corpo e uma Bíblia (que naquele tempo não tinha para todos, por isso Jesus não pediu que a levassem, a imprensa só foi inventada 1500 anos depois). A primeira coisa que vai acontecer é que você vai ter que encontrar uma grande motivação para fazer isso, pois irão aparecer milhões de pessoas e barreiras dizendo que isso é loucura, mas imaginemos que você encontrou a motivação. A partir daí, tudo o que acontecer, você vai encarar como oportunidade de amadurecimento. Você irá passar horas caminhando na estrada, mas pelo menos sede você não vai sentir, pois Jesus não proibiu de levar água (mas não muita, lembre-se que você não tem nem uma sacola). No entanto, chegará um momento em que você sentirá fome, e vontade de descansar um pouco. Então irá procurar uma casa que fique perto da estrada, e por menor que seja, você irá até ela, para falar com os moradores dela. É nesse momento que terá que acontecer algo muito importante, e que é o verdadeiro sentido de você não poder levar nada consigo... Você terá que aprender a PEDIR. Só que agora é um pedir diferente... Não é pedir: "Ei, pega um copo com água pra mim lá na cozinha", ou "Prepara o meu almoço". As pessoas a quem você vai pedir agora, não têm nenhuma obrigação de lhe satisfazer. Como você pediria? Pense um pouco sobre isso... Será um exercício para você (que terá que aprender a ser humilde e reconhecer que precisa dos outros) e para essas pessoas (que terão que aprender a dar sem esperar receber nada em troca). No entanto, você terá algo a oferecer a elas: uma grande notícia e a cura dos doentes daquela casa! E isso pode ser uma retribuição tão grande da sua parte, que esta família poderá até nem querer que você vá mais embora, mas você precisará seguir seu caminho... Mas também pode acontecer de alguém não querer acolhê-lo, e então você irá bater até a poeira das suas sandálias, para não levar nem o pó daquele lugar. E Deus estará vendo isso...

        A grande lição de hoje, então, é ter a HUMILDADE para PEDIR. Isso é difícil para quem tem tudo o que quer, ao alcance das suas mãos. A maioria de nós não suportaria passar a ser tão dependente dos outros... Imagine então as pessoas que se tornam paraplégicas, tetraplégicas, hemiplégicas, e passam a depender de outras pessoas até para as necessidades fisiológicas mais básicas... e muitas vezes a única retribuição que ela pode lhe dar é um "Obrigado, Deus lhe abençoe."

        Liberte as pessoas de qualquer obrigação que elas têm com você... Permita-se precisar delas sinceramente. Então as três palavras mágicas irão fazer parte do seu vocabulário... Por favor... Perdoe-me... Obrigado...

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



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terça-feira, 25 de setembro de 2007

Quer fazer parte da família de Jesus? (Lc 8,19-21) (25/09/07)

Quer fazer parte da família de Jesus?

        Esta é uma das passagens preferidas dos protestantes que gostam de diminuir Maria. Aqui, Jesus afirma que a mãe e os irmãos dEle são aqueles que ouvem a palavra de Deus, e a põem em prática. Os protestantes afirmam, a partir daí, que Jesus não dava importância à Maria, e que Ele tinha irmãos, ou seja, que Maria teve outros filhos.

        Já li livros que ensinam como interpretar essa passagem bíblica sob a ótica católica para "defender" Maria contra os ataques dos protestantes. Como prefiro a praticidade e a objetividade, não perco tanto tempo tentando argumentar muito com os protestantes. Basta saber que o termo "irmão", no idioma falado naquela região, na época de Jesus, era utilizado para designar irmão ou primo. Quanto a importância de Maria, a questão é pura relatividade: você pode encarar que Maria é rebaixada... mas eu entendo que Jesus exalta aqueles que escutam a Sua Palavra e as põe em prática, a ponto de igualá-los à pessoa que Ele mais tem consideração no mundo, a sua mãe.

        Então se nós escutarmos e pusermos em prática seus ensinamentos, faremos parte da família de Jesus? Exatamente! E fazer parte da família implica dizer que teremos os mesmos direitos, os mesmos bens e os mesmos deveres!

        Mas e a questão de Maria ter tido outros filhos? Meu amigo, se ela teve relações com José, o MARIDO dela, e se teve outros filhos, por acaso, isso diminui a mulher excepcional e especial que ela foi? Eu li e reli várias vezes os dogmas da igreja, e não encontrei nada que afirmasse que Maria morreu virgem. A certeza é que ela concebeu Jesus virgem, e permaneceu virgem após o parto inexplicavelmente (mistério de fé), e que após a sua morte, ela subiu aos céus sem pecado. O próprio Catecismo da Igreja Católica considera o ato sexual NO MATRIMÔNIO uma bênção de Deus. Considera José como castíssimo esposo. No entanto, a nossa visão de castidade é um pouco distorcida: castidade não significa abstinência sexual, mas sim a vivência da sexualidade de forma sensata e coerente, respeitando o tempo de viver cada etapa da vida. Após o casamento, José e Maria poderiam ter relações sexuais, e isso não seria nenhum pecado. Pelo contrário, seria um ato abençoado por Deus. Conseqüentemente, não haveria motivo para se pensar que Maria seria menos santa e digna por causa disso. Afinal, ela foi a mãe do Filho de Deus.

        Não estou afirmando aqui que Jesus teve ou não teve irmãos de sangue, ou seja, que Maria teve outros filhos com José. Nem que José e Maria tiveram ou não tiveram relações sexuais. Não quero escandalizar nem polemizar. Só quero deixar claro que tendo ou não, ela é e sempre vai ser a minha Rainha, Mãe do nosso Salvador e nossa Mãe, minha intercessora, e vai merecer toda a minha admiração, carinho e respeito. E ai de quem falar mal dela!

 

Jailson Ferreira

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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Vamos falar um pouco sobre o nosso movimento (Lc 8,16-18) (24/09/07)

Vamos falar um pouco sobre o nosso movimento...

        A Bíblia é um livro interessante... Um dia você lê um trecho e ele não quer dizer muita coisa para você, e em outro dia, lendo o mesmo trecho, ele diz exatamente o que você estava precisando ler (que nem sempre é o que você estava querendo ler)... Mas, na maioria das vezes, basta um esforço para tentar entender como aquela passagem bíblica se adéqua à sua vida...

        O Evangelho de hoje traz 2 mensagens importantes: a primeira é que a luz que Deus acendeu em nós, não foi acesa para ficar escondida, mas para iluminar o mundo; e a segunda é que TUDO o que nós escondemos, será revelado. Interessante ver que essas duas mensagens vieram juntas no dia de hoje... Por que será?

        Imagine a seguinte situação: você é um engenheiro e foi incumbido de construir um prédio de 30 andares. Para construir este prédio, são necessários os conhecimentos de várias áreas da engenharia que você não domina, então você precisaria convidar pessoas que tivessem um bom conhecimento sobre essas áreas, para conseguir construir o prédio... E você também precisaria de mestres de obra, pedreiros, eletricistas e encanadores responsáveis para dar conta do serviço. Agora me responda: como é que você faria para encontrar esses profissionais se eles escondessem que esse é o trabalho deles? Agora eu vou mais além... Suponhamos que por um acaso do destino, você tenha contratado esses profissionais, mesmo sem saber do verdadeiro potencial deles... mas que nas situações em que eles poderiam trazer novas idéias que pudessem melhorar o projeto, eles se sentissem envergonhados... ou em situações em que eles percebessem que está faltando algo e ninguém se deu conta daquilo, esses trabalhadores não tomassem a iniciativa de acrescentar a sua contribuição ao projeto...

        Agora trazendo para a nossa realidade...

        O grupo que nós participamos é esse prédio, e algumas pessoas foram incumbidas de conduzir a construção dele. Mas estas pessoas não dominam todas as áreas de conhecimento para erguer essa construção... eles precisam de operários que tenham DONS e DISPONIBILIDADE para ajudar nessa obra. Mas eles irão chamar primeiro aqueles que deixam a sua "lâmpada acesa" num lugar em que as pessoas possam ver, ou seja, aqueles que não escondem os dons que Deus lhe deu. E uma vez que esteja fazendo parte do grupo, naturalmente irão surgir situações em que você poderá contribuir para melhorar a obra. É claro que irão surgir conflitos de idéias, pois onde tem mais de uma cabeça pensando em como resolver um problema, haverão várias soluções diferentes. O que fazer? Use o seu dom de unir o que há de bom em cada idéia (inclusive na sua) e formule uma solução em que todos se sintam importantes. Mas e aqueles problemas que você encontrou na obra e não tem acesso para resolvê-los? O mais fácil a fazer é criticar para o máximo de pessoas que for possível? Com certeza! E o que você conseguiu com isso? "Aliados" que irão espalhar (e aumentar a gravidade das falhas) ainda mais as fragilidades do prédio que você também está construindo... É como dar um tiro no próprio pé! Se você encontrou falhas, converse com as pessoas que podem resolver (ou ajudar a resolver) o problema... mas saiba como chegar. (DICA: SE FOR FALAR COM ALGUÉM DIFÍCIL DE ACEITAR CRÍTICAS, COMECE COM OS ELOGIOS, ISSO TEM UM EFEITO MILAGROSO!)

        Para concluir, saiba que todos os dons que você deixou de usar, um dia serão revelados. E aqueles que utilizam os dons que têm, desenvolvem mais dons! Quem é fiel no pouco, Deus confia mais.

 

Jailson Ferreira

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domingo, 23 de setembro de 2007

Ou Deus ou o dinheiro (Lc 16,1-13) (23/09/07)

Ou Deus ou o dinheiro...

        Hoje, a reflexão será dividida em três partes: a primeira direcionada aos nossos dirigentes espirituais; e a segunda aos administradores públicos do nosso país, e a terceira aos comerciantes e aos donos do seu próprio negócio. Talvez seja presunção demais, mas de repente alguém que estiver lendo esta reflexão vá repassando até chegar a estas pessoas...

        Aos administradores responsáveis pelo povo de Deus, os nossos dirigentes espirituais... Perceba a sutileza da Palavra: Deus lhe confiou a administração de Seus bens, seu rebanho... no momento que você não cuidou bem, Deus soube. Não precisou ninguém dizer a Ele. Agora, sabendo da desaprovação de Deus, você se sente culpado, e não tem mais "moral" para cobrar atitudes corretas do seu rebanho... Resultado: o rebanho muito solto e entregue aos "lobos". Dirigentes espirituais também são humanos, e portanto são passíveis de erros. Que esses erros não sejam relativizados, escondidos, perpetuados ou super-valorizados... mas que sejam percebidos a tempo, e que pessoas misericordiosas alertem os nossos dirigentes e eles tenham a humildade necessária para reconhecer quando estiverem fazendo mau uso dos bens do seu Senhor.

        Ao administrador de bens públicos... Leia o versículo 12: "Se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso?" Para você, eu só vejo duas possibilidades: 1) se você acredita em Jesus (ou pelo menos no que Ele ensinou), deveria ter vergonha da própria ganância, preguiça e insensibilidade com aqueles que mais precisam; 2) se você não acredita em Jesus, não precisa se sentir culpado pelos bens que vem acumulando durante a vida, mesmo sabendo que o seu excesso só é possível porque milhares de pessoas passam fome para conseguir pagar os impostos dos quais você usufrui. Saiba que Deus já tem conhecimento da sua desonestidade, e vai "demiti-lo". A sua "esperteza", nesse caso, seria devolver o que você extorquiu do povo antes que seja tarde demais...

        Aos comerciantes e aos donos dos seus próprios negócios... Deus não é contra os ricos, mas contra o mau uso do dinheiro. A prosperidade que é fruto de trabalho honesto é premiada por Deus, dia após dia. Quem se utiliza de esperteza para lucrar mais, injustamente, a fim de ficar mais rico do que precisa, está literalmente roubando! Uma pessoa assim não pode servir a Deus, mas apenas ao dinheiro. É preferível ser fiel no pouco, e ir merecendo cada vez mais, do que receber mais do que merece e precisa para viver, correndo o risco que alguém descubra suas mentiras... seus podres...

        Mas ainda há tempo para devolver o que foi tirado de alguém... Deus dá essa chance até o final do mês, quando Ele lhe pede para prestar contas...

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



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sábado, 22 de setembro de 2007

O que leva uma pessoa a ser realizada ou não-realizada? (Lc 8,4-15) (22/09/07)

O que leva uma pessoa a ser realizada ou não-realizada?

        Jesus falava para pessoas de intelecto bem limitado (os discípulos), mas aqui estamos refletindo com pessoas altamente inteligentes... Então eu vou continuar esta reflexão do ponto onde Jesus parou a dEle...

        Existem várias atitudes que podemos tomar com relação à Palavra de Deus. Ouvir, mas deixar o diabo tirar a Palavra do coração; ouvir, acolher com alegria, mas na hora da tentação, voltar atrás; ouvir, mas deixar que as preocupações, as riquezas e os prazeres da vida sufoquem, e não permitam a Palavra amadurecer; ou ouvir, conservar e dar fruto. A pergunta agora é: o que vai diferenciar o tipo de "terreno" que você é (será)?

        Sabe qual a resposta? A sua MOTIVAÇÃO.

        Pense comigo... Tudo o que você já fez, está fazendo ou vai fazer na sua vida, das coisas mais simples até as mais elaboradas, você vai fazer porque teve/tem/terá um motivo. Por que você toma banho? Por que você estuda? Por que você luta por algum ideal? Por que você namora, casa, tem filhos? Porque você encontrou motivo(s) para fazer isso. Agora observe que o contrário também é verdadeiro: tudo o que você deixa de fazer, é porque não encontrou motivo (suficiente) para fazer... por exemplo: por que você não acorda cedo? Por que não aprende inglês? Por que não dá gorjeta? Por que não se esforça mais? A resposta é a mesma: porque não encontrou motivo(s) para isso.

        Nessa mesma linha de raciocínio, entendemos por que um atleta se torna um campeão... por que um empreendedor tem sucesso no seu negócio... um estudante consegue passar num concurso... porque tiveram algo que veio de dentro, e que se manteve aceso APESAR de todas as barreiras... uma MOTIVAÇÃO. Até a perseverança depende da motivação, porque você só persevera se o motivo for realmente importante. Você só topa fazer algo muito difícil, se realmente valer a pena...

        Só que, neste caso, no mesmo lugar onde se encontra a solução, também se encontra o problema. A grande maioria das pessoas não encontra motivação em absolutamente NADA. E isso é algo que vem se agravando nos últimos anos... Um amigo meu, que ocupava um cargo de chefia em um hospital público, se dizia admirado ao ver a quantidade de pessoas que se apresentavam para o trabalho sem nenhuma motivação, completamente apáticas a qualquer coisa... "Doutor... me ponha em qualquer lugar... pra mim tanto faz... eu não gosto de nada mesmo..." Daí para a depressão é um passo...

        Quer ter sucesso na vida? Quer chegar ao céu? Quer passar num concurso? Quer casar, ter filhos, e ser muito feliz? Quer ser o terreno fértil da parábola do semeador? ENCONTRE UM MOTIVO DENTRO DE VOCÊ. Um motivo que faça VALER A PENA PERSERVERAR, ir até o fim, enfrentar qualquer obstáculo para ter a recompensa final.

        Agora, sabendo disso, pare mais um minuto apenas, e pense em quais são as prioridades na sua vida hoje... Será que você está mantendo uma boa relação entre o que é realmente importante e o valor que você está dando? Ou será que você ainda não descobriu o que é verdadeiramente importante para uma vida plena e feliz?

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Vale a pena ser justo? (Mt 9,9-13) (21/09/07)

Vale a pena ser justo?

        A liturgia dessa semana enfoca, em diferentes situações, o mesmo tema: alguém que se considera mais merecedor, e que se sente desprestigiado por Jesus dar mais atenção aos pecadores. É nesse contexto, que hoje tentaremos conectar as três frases finais de Jesus.

        "Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes." Esta frase está diretamente conectada à última ("Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores"). Esta é uma metáfora fácil de entender... Médico = Jesus. Aqueles que têm saúde = Justos. Doentes = Pecadores. Os pecadores são assistidos por Jesus, e isso é maravilhoso. A questão agora é: então os que são justos ficam esquecidos? Em segundo plano? De que adianta ser justo então, se quem recebe a atenção de Jesus são os pecadores?

        É nessa situação que se encontra o irmão do Filho Pródigo... Ele sempre foi justo, e o que o Pai falou para ele foi: "Meu filho, você sempre esteve aqui comigo... tudo o que é meu, é seu também." Opaaa!!! Então essa é a grande novidade: o justo já usufrui de tudo o que é do Pai. O Pai confia nele, e se tranqüiliza por saber que não precisa se preocupar em perdê-lo. Este filho usufrui de forma comedida dos bens que compartilha com o Pai. O problema é quando ele encara esse comedimento como um sacrifício, a partir do momento que vê os exageros com que os outros filhos estão se aproveitando dos bens do Pai, enquanto ele só utiliza o necessário...

        É aí que entra a segunda frase de Jesus: "Eu não quero sacrifício, quero misericórdia." Se alguma vez, quando você agiu da forma correta, ficou se sentindo um idiota, se arrependeu, e isso foi um sacrifício para você, acredite: era melhor nem ter feito. Jesus não quer o seu sacrifício... Ele quer que os seus atos sejam naturais! Quando você devolver o troco que veio a mais na padaria, que isso não seja um sacrifício para você... Quando você fizer um jejum, quando deixar de falar mal de alguém, quando evitar uma discussão, quando deixar algum vício, quando for à missa, quando elogiar, quando perdoar, quando pedir perdão, quando AMAR... que nada disso seja um sacrifício para você... mas que seja um exercício de misericórdia... e, com o tempo, passe a ser natural...

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Você se acha santo? Perfeito? Cuidado... (Lc 7,36-50) (20/09/07)

Você se acha santo? Perfeito? Cuidado...

        Dentre tantos detalhes que essa passagem apresenta, destacarei algumas para a nossa reflexão de hoje: a dificuldade das pessoas em reconhecer o Filho de Deus, a falta de educação do fariseu e a misericórdia de Jesus...

        A reflexão de ontem já abordou esse tema: você reconheceria Jesus, se Ele estivesse hoje, no nosso meio? O fariseu não se deu conta da importância daquela pessoa que ele convidou para a refeição em sua casa. É tanto que nem se deu ao trabalho de recebê-lo com a hospitalidade com que receberia qualquer outro fariseu importante da época... Não ofereceu água para Jesus lavar os pés, nem deu um beijo na face de Jesus... Ou seja, nem seu convite foi de coração, e nem ele devia estar acreditando que Jesus era o Filho de Deus. Talvez se ele soubesse, sua atitude fosse diferente...

        Mas acredito que mais do que isso, faltou educação ao fariseu. Cada um de nós já deve ter entrado na casa de uma pessoa que parecia estar fazendo um favor ao nos receber, e fazia o esforço mínimo possível para manter a cordialidade, pedindo aos céus que a nossa visita durasse o menor tempo possível. E também já entramos em casas em que fomos muito bem recebidos, que a pessoa nos leva para conhecer os cômodos, nos oferece comida, bebida, nos deixa à vontade e se agrada com a nossa presença. Isso não é questão de ser rico ou pobre... é pura questão de educação mesmo. Quem já foi em qualquer casa no interior do nordeste sabe disso, pois certamente foi muito bem acolhido, e deve ter engordado alguns quilinhos...

        Quanto à arrogância do fariseu, a reflexão é: essa sensação de superioridade com relação à pecadora, por não se considerar pecador, fazia com que a gratidão dele fosse menor, e o seu amor também fosse menor... Pessoas assim evitam precisar de outras, simplesmente para não ficar "devendo favor". E atendem às outras como se estivessem fazendo um favor. Gostam de se sentir superiores, como se os outros estivessem sempre em dívida para com ele. Se você é assim, admita para você mesmo... e assuma um propósito para a sua vida de procurar agir sem interesses, sem esperar que a outra pessoa lhe retribua, pois chegará um dia em que você vai estar frente a frente com alguém a quem você não fez nenhum favor... e aí, meu irmão, o que você dizer?

        O importante não é o quanto você deve, porque você não vai ter com o que pagar a Jesus... A única coisa que levamos daqui desse mundo é o Amor que semeamos... e iremos colher em outro lugar. Então não se preocupe com o tamanho da dívida, pois ela vai ser perdoada. O SEU AMOR SERÁ DO TAMANHO DO SEU PERDÃO.

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



Reconhecer Jesus (Lc 7,31-35) (19/09/07)

Reconhecer Jesus

        Vejamos o Evangelho de hoje em seu contexto: quando Jesus falava dos "homens desta geração", Ele se dirigia aos fariseus e doutores da lei. E pela comparação que Jesus fez, eles pareciam bastante imaturos e condenadores. Imaturos por se sentirem magoados quando não eram prestigiados nas suas atitudes; e condenadores por julgar seus contemporâneos (João Batista e Jesus Cristo) como charlatães. Tudo isso porque eles tinham uma idéia pré-concebida de como deveria ser o grande profeta que viria libertar o povo de Israel...

        E nós? Que idéia pré-concebida nós temos sobre como deveria ser Jesus? E o seu anunciador? Será que teríamos dificuldade em reconhecer o Filho de Deus se Ele fosse uma pessoa casada? Um pai de família? Se gostasse de comer e beber? E de se misturar com os pobres? E que acusasse de infantis e imaturos os que têm imagens pré-concebidas baseadas em estórias que foram repetidas milhares de vezes, e passaram de geração em geração até chegar a nós? É difícil entender essas palavras? Vou tentar ser mais claro...

        Se Jesus estivesse de volta ao mundo hoje, como você acha que Ele seria? A primeira imagem que lhe vem à cabeça é daquele homem branco, alto, cabelos longos, barba bem feita, nariz afilado, olhos claros, túnica impecável, solteiro (as mocinhas iriam enlouquecer!), de família humilde, filho único, com uma mãe e um pai santos, bem educado, que nunca tivesse namorado na vida, nunca tivesse entrado em um lugar que não fosse santo, nunca houvesse se envolvido com nenhum tipo de droga, sem envolvimento político, que fosse católico (isso seria muito importante para nós, católicos.. e para os não-católicos?), que fosse "ligado" nas coisas do mundo globalizado, que tivesse resposta pra tudo... ... ... esqueci alguma coisa? Enfim, a minha pergunta... E se Jesus não preenchesse algum (ou alguns) pré-requisito(s) da sua "lista", será que você faria igual aos homens da época dEle? "Esse homem é um comilão e beberrão, e anda com cobradores de impostos e pecadores... Não corresponde ao perfil que esperamos..." Naquela época, eles esperavam que o Messias fosse um guerreiro que libertasse o povo judeu do poder de Roma.

        Hoje, nós esperamos a volta dEle, mas será que reconhecemos pelo menos a presença dEle nas pessoas, e em nós mesmos?

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



terça-feira, 18 de setembro de 2007

"Para a tristeza e a depressão (Lc 7,11-17) (18/09/07)

Para a tristeza e a depressão

        O Evangelho de hoje tem uma mensagem muito forte para quem está abatido, depressivo. Jesus sentiu compaixão da mãe viúva, que perdeu seu filho único, e trouxe o menino de volta à vida. Não foi uma ressurreição, foi uma reanimação. Este é um termo bem sugestivo...

        Se você passou pela fase de adolescência já teve, no mínimo, uma crise de depressão. Grande parte das mulheres, pelo menos uma vez por mês sente aquela vontade de se isolar do mundo, que só quem passa por isso é quem sabe... Quem já perdeu algo ou alguém que gostava muito... Quem nunca teve esse alguém... Quem se sente um nada, e acha que a sua presença não faz diferença no mundo... Quem já chegou até a pensar em tirar a própria vida por não ver mais sentido nessa vida... A mensagem de Jesus é para você:

"JOVEM, EU TE ORDENO, LEVANTA-TE!"

        Jesus quer lhe devolver para a sua mãe, para o seu lar, para uma vida nova! Encare esse dia de hoje como sendo o primeiro dia de uma nova fase da sua vida. Jesus não está pedindo, Ele está ORDENANDO! Qual é o pecado da sua vida? O que te prende ao que passou? Mude seu ponto de vista... Onde você vê apenas dificuldades e barreiras, passe a ver desafios, que devem ser encarados como oportunidades de crescer.

        E para quem convive com pessoas que estão assim, em depressão, eu tenho uma pequena história pra contar... Certa vez, tive uma aluna que estava muito triste pela morte da avó, e segundo ela, isso estava atrapalhando sua concentração nos estudos... Eu senti compaixão, e meu primeiro pensamento foi o de aliviar a carga da disciplina para ela... mas aí eu perguntei há quanto tempo a avó dela havia morrido, e ela disse que já fazia mais de um mês. Então eu vi que a minha atitude deveria ser completamente diferente... É normal que haja um tempo de adaptação e recolhimento após a perda de alguém importante... Mas ela estava precisando mais do incentivo e do apoio (de uma mão com a palma para cima), do que da mão na cabeça... Às vezes é difícil sair de um buraco sozinho... e saber que você está lá, dando suporte, que vai saber ouvir e aconselhar, é tudo o que essa pessoa precisa... Detalhe: ninguém pediu a Jesus que Ele reanimasse o jovem, a iniciativa foi dEle. Quem está em depressão não costuma pedir ajuda, espera que a ajuda apareça...

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



Você se acha indigno? (Lc 7,1-10) (17/09/07)

Você se acha indigno?

        Nos primeiros dias desse mês de setembro, refletimos sobre o início da vida pública de Jesus, quando Ele pregava nas sinagogas e curava os doentes em Cafarnaum. No Evangelho de hoje, Jesus volta a esta cidade e é procurado pelos anciãos judeus, que trazem o recado do oficial romano que não se acha digno de ir pessoalmente ao seu encontro. E o recado é um pedido para que Jesus cure um de seus empregados, pelo qual tem grande estima. O evangelista diz que Jesus se admirou muito, e vamos ver por quê.

        Os romanos que viviam na Palestina, naquele tempo, eram as autoridades políticas da região. Roma dominava cada cidade e tinha um oficial que era dono daquela terra, e dispunha de soldados preparados para seguir as suas ordens. Os judeus tinham seus líderes religiosos, mas estes eram subordinados a autoridade romana. Por isso, até para construir uma sinagoga, quem tinha o poder de autorizar era o oficial romano. Cafarnaum era privilegiada, pois contava com um oficial que tinha enorme simpatia pelos judeus, e isso era muito incomum para a época. O que deixou Jesus admirado foi o fato de que este oficial poderia ter usado do poder, que lhe fora concedido, para ordenar que trouxessem Jesus ao seu encontro, a fim de resolver os seus problemas pessoais. Mas não era isso que o oficial queria... Ele queria pedir a Jesus que viesse a sua casa para salvar a vida de um de seus empregados, que estava morrendo. Mas não se achava digno nem de ir ao encontro de Jesus, nem que Jesus entrasse em sua casa! Jesus ficou tão admirado com isso, que chegou a dizer: "Eu vos declaro que nem em Israel encontrei tamanha fé."

        Agora vou trazer para a nossa realidade...

        Cada um de nós tem um certo grau de autoridade. Uns mais, outros menos. Uns têm autoridade para iniciar uma guerra mundial; outros têm autoridade para comandar um país, um estado, uma cidade, uma multinacional, e têm dinheiro e influência suficiente para satisfazer todos os seus desejos; e outros, ainda, têm autoridade pelo menos na sua casa, sobre seus filhos, sobre seu grupo, sobre seus amigos, ou pelo menos sobre si próprio. E por esse mínimo poder que lhe é dado, já se acha tão importante, que nem se vê mais precisando de Deus. Imagine Jesus chegando na sua cidade, querendo falar com você... mas você se acha tão importante que teria que ver um horário na agenda pra ver se poderia recebê-lo. É absurdo? Pois acredite: você faz isso, eu faço isso... E incontáveis vezes nem cheguei a encontrar um horário pra Ele, e a "audiência" teve que ficar pro outro dia, ou pra outra semana, enfim, pra uma hora que eu tivesse tempo.

        Um tempo atrás, circulava na internet, um texto com Jesus dando "bom dia", dizendo que está conosco o tempo inteiro, mas nós nem percebemos... E é isso mesmo! Temos Jesus na Eucaristia, mas às vezes estamos tão cansados ou temos outro compromisso mais importante...

Se tivéssemos a fé daquele oficial, que acreditou sem nem precisar ver, nós nos sentiríamos indignos de recebê-lo. Mas Ele é quem quer habitar em nós! Jesus entrou na casa do fariseu, do cobrador de impostos, dos pobres, entraria na casa do oficial romano, e entraria na nossa também... "Eis que estou à porta e bato, se abrires a porta, entrarei, sentarei à mesa contigo, e cearemos juntos."

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Parábola da Infinita Misericórdia (Lc 15,1-32) (16/09/07)

Parábola da Infinita Misericórdia

         A reflexão do Evangelho desse domingo será homenagem ao Monsenhor Catão, que considera que o nome correto para a Parábola do Filho Pródigo seria a Parábola da Infinita Misericórdia, porque o que mais se destaca não é a miséria do filho, mas a misericórdia do pai. Pensando nisso, resolvi fazer uma reflexão baseada no que o pai deveria estar pensando, momentos antes do filho aparecer ao longe...

 

        "Como essa casa está triste... por onde deve andar meu menino a uma hora dessas, nesse fim de tarde, com o sol já se pondo... será que eu ainda poderei encontrá-lo novamente?... Será que eu ainda terei a chance de contemplar aquele olhar que para os outros sempre foi tão destemido, mas que para tudo o que fazia, sempre buscava a minha aprovação... E ficava tão feliz quando recebia o meu apoio...

        Como fui tolo em deixá-lo tão solto... em não tê-lo aproveitado mais enquanto esteve aqui, junto a mim... meu filho... sentado aqui nessa varanda e vendo o sol se pôr mais uma vez, eu seria capaz de contar cada minuto em que estive esperando você aparecer naquele horizonte... E nesta triste solidão, me vem à memória toda a tua vida... desde o dia em que a sua mãe me deu a notícia de que você viria ao mundo... quanta alegria!!! Passamos a noite em claro pensando e falando sobre você... seu nome, seu quarto, seu enxoval, os planos que fizemos para você... e depois a felicidade do seu irmão, dos seus avós, dos nossos amigos... lembro tantos detalhes...

        Depois, quando você nasceu, era o bebê mais lindo do mundo! Foi coberto com todo o carinho e amor do mundo! Você trouxe tanta felicidade ao nosso lar... Seus primeiros meses, quando estava aprendendo a dar os primeiros passos... quando falou as primeiras palavras... e depois de tantos "pa, pa, pa...", você falou "pa-pai"! Cada vez que me lembro, meus olhos enchem de lágrimas e a garganta se trava... De todos os braços que lhe pegavam, você sempre preferiu os meus... E isso fazia que eu me sentisse cada vez mais responsável por você...

        O tempo foi passando, você foi crescendo... e a sua infância foi sempre à sombra do seu irmão mais velho... sempre observando como ele agia, para tentar imitar, do seu jeito... mas como era difícil... Eu percebia, e achava tão interessante, mas não pensei que isso fosse, aos poucos, levando você a procurar um caminho tão diferente...

        Não sei quando foi o momento da sua adolescência em que você começou a se distanciar dele, e de mim... Eu andava tão ocupado, que tantas vezes deixei de lhe procurar para saber o que você estava passando... como andava a sua vida, seus pensamentos... E você também passou a conversar menos em casa... Suas amizades passaram a ter cada vez mais importância do que a sua família... Seu irmão mais velho cada vez mais prosperava, e se destacava em tudo o que fazia, ocupando cada vez mais espaços... e você, quando desistiu de disputar espaço com ele, procurou lugares onde você se sentisse mais valorizado...

        Hoje fico pensando... Como fui tolo... De que adianta ter tanto dinheiro, estar tão bem, num lugar tão bonito, se não posso ter meu filhinho aqui comigo?.. Se eu bem o conheço, deve ter gasto todo o dinheiro da herança... e nem consigo imaginar o que poderia estar fazendo para sobreviver nesse mundo tão duro... se é que está vivo... como eu queria poder vê-lo mais uma vez, para dizer o quanto o amo, o quanto eu o quero perto de mim, o quanto eu...  Mas quem é aquele que está vindo lá longe? Pelas roupas esfarradapas... deve ser um mendigo... Mas esse caminhar, eu estou reconhecendo... É O MEU FILHO!!!"

        E o pai foi correndo de encontro ao filho, e o resto nós já sabemos...

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



sábado, 15 de setembro de 2007

O pensamento de Simeão sobre Jesus (Lc 2,33-35) (15/09/07)

O pensamento de Simeão sobre Jesus

        A infância e adolescência de Jesus não são muito bem descritas na Bíblia. Mas Lucas fez questão de mostrar que Jesus, desde criança, já chamava atenção das pessoas, que comentavam entre si e até mesmo com os pais dEle. Observe que a passagem do Evangelho de hoje não relata o que as pessoas diziam do Jesus criança... diz apenas que os pais de Jesus estavam admirados. E provavelmente foram procurar alguém sábio, experiente, um profeta, que pudesse dar sua opinião sobre esse assunto que estava, de certa forma, mexendo com a tranqüilidade Maria e José.

        Simeão era o típico profeta. Idoso, experiente, observador, sábio com as palavras... Deve ter passado algum tempo com Jesus, conversando sobre vários assuntos, e percebendo como aquela criança já tinha idéias de adulto, convicções sobre as práticas vigentes na época... Deve ter percebido que aquele menino teria coragem de enfrentar os poderosos da época, e que não abriria mão do que considera justo...

Também era claro que, na sociedade, as pessoas sofriam com as imposições religiosas impostas pelos fariseus e doutores da lei. Então elas iriam gostar das idéias de Jesus, e muitos corações encontrariam sua razão de viver pelas palavras daquele menino.

        O potencial de liderança de Jesus não passou despercebido pelo sábio Simeão, que teria que falar com os pais de Jesus para dizer seu "diagnóstico"... Mas Simeão deu não só o "diagnóstico", mas também o "prognóstico" de Jesus. O velho Simeão previu, sabiamente, que Jesus não conseguiria sair ileso se batesse de frente com os poderosos da época, o que resultaria em um fim trágico para Ele. E a forma que ele encontrou de dizer isso para Maria foi, no mínimo, poética: "...uma espada te traspassará a alma." Ele não disse tudo o que pensava... e a sua declaração, se analisarmos bem, foi até imparcial... em cima do muro... Não falou mal, mas também não elogiou.

        A lição de hoje: humildade, para agir como José e Maria, que foram procurar alguém com quem pudessem compartilhar suas ansiedades.

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Você aceita Jesus? (Jo 3,13-17) (14/09/07)

Você aceita Jesus?

        No Evangelho de hoje, Jesus é procurado por Nicodemos para responder algumas perguntas que nós mesmos gostaríamos de fazer a Ele. Primeiro, Nicodemos queria saber se alguém já tinha subido aos céus, depois da morte.

        Jesus é muito claro na resposta (versículo 13): "Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem". E completa (versículo 14b): "...é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nEle crerem tenham a vida eterna." Para nós, não é difícil entender o que Jesus queria dizer, pois nós já sabemos o que aconteceu com Ele. Mas para Nicodemos e as pessoas daquela época, devia ser impossível entendê-lo, pois eles não sabiam que Jesus estava falando da sua morte e ressurreição.

        A segunda pergunta, eu imagino que tenha vindo assim: "Jesus, já vi muitas vezes você pregando, e quase sempre você está advertindo e repreendendo as atitudes erradas das pessoas... Deus mandou você ao mundo para nos julgar?" E Jesus conclui (versículo 17): "De fato, Deus não mandou seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele."

        Então todos nós temos salvação, independente do que tenhamos feito. Como Walmir Alencar canta em sua música: "Saiba que todo teu pecado, em toda a tua vida, é uma pequena gota que se derramou no mar da misericórdia infinita de Deus".

        A lição prática de hoje é aparentemente bem simples: aceitar a salvação que Jesus veio nos trazer. Certa vez, quando eu estudava no 1º Ano do 2º Grau (hoje chamado Ensino Médio), um amigo de sala veio conversar comigo em particular. Ele era evangélico, e queria saber se eu já tinha aceitado Jesus na minha vida. Eu respondi que "sim". Como eu já freqüentava a igreja católica desde criancinha, eu sabia que já tinha aceitado Jesus, e foi isso que eu respondi. Mas, na verdade, o que ele queria era que eu fosse para a religião dele, que eu nem lembro mais qual era. Foi então que eu fiquei pensando: quem salva é Jesus ou a igreja? Parece uma pergunta simples, mas que poderia gerar muita polêmica em certos grupos radicalistas...

        A salvação é para quem aceita Jesus e vive segundo seus preceitos. E na minha humilde opinião, a principal função da igreja é facilitar esse processo. Se Jesus não veio para condenar, quanto mais a igreja, ou determinadas religiões... Para quem se acha no direito de condenar, a reflexão de ontem é bem direta: "com a mesma medida que julgares, serás julgado".

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Amar: Dom de Deus ou decisão pessoal? (Lc 6,27-38) (13/09/07)

Amar: Dom de Deus ou decisão pessoal?

        As recomendações de Jesus nesta passagem talvez sejam as mais difíceis de todas as que Ele já fez. Parece coisa de gente doida: receber bofetada e ainda dar a outra face... se alguém tirar algo que é meu, não pedir que devolva... a pessoa tem que ser muito conformada e passiva para agir dessa forma... Por que eu deveria agir assim?

        A resposta está nos últimos versículos, do 36 ao 38. Deus nos dá tudo, mesmo que nós não mereçamos. E dá até para quem é injusto, mau e ingrato. Mas o tempo que nós passamos nesse mundo é passageiro, e o que realmente deve ser importante para nós é a recompensa que receberemos no céu, como já foi também colocado na reflexão de ontem com a história do Padre Léo chegando no céu.

        Não julgar, não condenar, perdoar, dar, oferecer a outra face, bendizer os caluniadores... não é algo que se peça a Deus pra que Ele coloque em nós... é algo que nós fazemos conscientemente, por vontade própria, ou não fazemos. É uma decisão pessoal, e não uma graça que Deus nos concede. Então não reze pedindo a Deus para fazer você ser assim... Quer pedir? Peça que Ele lhe console quando você agir assim, com desapego, sem orgulho, sem rancor, só amor...

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Padre Léo chegando no céu (Lc 6,20-26) (12/09/07)

Padre Léo chegando no céu (contada por ele mesmo)

        O saudoso padre Léo certa vez, em uma de suas últimas pregações na TV Canção Nova, contou a seguinte história que me marcou muito, e tem tudo a ver com o Evangelho de hoje. Não tenho a gravação da palestra, então vai de memória mesmo (com alguns toques meus)... Ficou grande, mas vale a pena ler até o final.

        "(...) Aí eu tive um sonho que eu morria e chegava no céu! Olha que coisa linda! Quer coisa melhor? E eu cheguei todo confiante, né? Peito estufado... Logo na entrada eu fiquei admirando o portão... Grande... Imponente... Dava até pra ver os anjinhos lá dentro brincando... Ô, que alegria! Todo mundo aqui deve conhecer o Padre Léo da Canção Nova... Aqui no céu deve ter uma televisão ligada o dia inteirinho na Canção Nova. A recepção aqui vai ser um espetáculo pra mim... E igual comigo chegou um homem simples, seu Zé, que eu nunca nem tinha visto na vida. Ele me reconheceu:

        - Padre Léo da Canção Nova! É o senhor mesmo? O senhor tá diferente, tá até mais bonito! Que bom encontrar com o senhor por aqui!

        Mas aí, quando eu ia responder, chegaram os anjos do céu pra abrir a porta pra nós. Quando eles viram seu Zé, fizeram um alarde enooorme!!!

        - Seu Zé!!! É o senhor mesmo? Que alegria de ver o senhor por aqui!!! Gabriel, Rafael, vão chamar Pedrão lá dentro que esse aqui ele vai querer receber pessoalmente!!! Entre, entre, seu Zé!!! Sinta-se em casa, fique à vontade!!!

        E eu fiquei só olhando aquela cena e imaginando: 'Quem será seu Zé?' Enquanto isso a festa continuava, cada vez mais anjos chegando pra cumprimentar seu Zé... E era aquela festa: "SEU ZÉ! SEU ZÉ! SEU ZÉ!" Daqui a pouco chegou um velho barbudo, era São Pedro, que quando viu seu Zé correu pra dar um abraço nele, e agarrava ele e ficava pulando com ele, e todo mundo na maior alegria... E eu lá na porta, esquecido, só olhando e esperando alguém vir me receber, né? Afinal, eu sou o Padre Léo, da Canção Nova...

        Mas quando eu pensei que iam me notar, eu vi São Pedro dizendo pra seu Zé:

        - Meu filho, venha cá, você vai conhecer o Todo Poderoso agora, que ele já está ansioso pra ver como é que foi de viagem, se você está bem, se foi bem acolhido, venha cá. Você vai ficar hospedado na suíte presidencial, com vista pro mar, TV de plasma, cama King Size, tudo que tem direito! Agora venha que o Homem quer falar com você...

        Nisso, quando eu vi que eles já estavam saindo, eu chamei um dos anjos que estavam lá e disse:

        - Opa, tudo bem? Eu sou o padre Léo, da Canção Nova...

        - Ahhh, padre Léo!!! Como vai? Foi bem de viagem?

        - Foi tudo bem sim... É que eu acabei de chegar e vi vocês fazendo a festa aí pra seu Zé...

        - Ahhh, seu Zé é mesmo muito querido por aqui!!! Mas, sim, me diga, em que posso servi-lo?

        - Bem... é que eu tô chegando agora, né... Pensei, assim, que ia ter alguém pra me receber, mostrar onde é que eu vou ficar hospedado... essas coisas...

        - Ah, sim... Eu vou chamar São Pedro aqui, espere aí só um pouquinho...

        - Tá bom, tudo bem... Não se preocupe que eu não saio daqui não... Vou ficar esperando, agora eu tenho todo o tempo do mundo...

        E nisso o tempo foi passando... 10 minutos, meia hora, 1 hora, 2 horas e nada do homem chegar... Até que 2 horas e meia depois ele chegou sozinho...

        - Padre Léo!!! Como é que vai? Que bom lhe receber aqui! Fez boa viagem?

        - São Pedro, a viagem até que foi boa, só o que me deixou um pouquinho cansado foi essa espera aqui...

        - Ah, meu filho, me perdoe... Mas é que chegou uma pessoa muito querida e aguardada aqui no céu, aí eu fui recebê-lo e levar pra conhecer tudo por aqui, aí já sabe, né... Todo mundo ficava parando pra cumprimentar...

        - Pois é, eu cheguei igual com ele... Mas eu nem conhecia ele... É algum artista famoso? Porque eu nunca vi ele na Canção Nova, não...

        - Não, não. Ele não era artista famoso, não. Ele era motorista de táxi. Bom, mas agora vou chamar alguém pra lhe levar pro seu aposento.

        - Ah, tá... que bom... Tô doido pra tomar um banho e descansar... Onde é que eu vou ficar?

        - O lugar que foi reservado pra você é no dormitório 423, beliche 31, cama de baixo, na ala L-12. Lá tem um criado-mudo pra você guardar suas coisas. Seguindo nesse corredor aqui você chega lá. É tudo muito bem sinalizado aqui. Esse anjo vai lhe acompanhar...

        Aí eu fiquei surpreso!

        - Ô São Pedro... Desculpe a minha ousadia, mas não houve nenhum engano não?

        - Não, meu filho. Você não é o padre Léo, da Canção Nova? A gente aqui assistia você. Não perdia um dia do seu programa...

        - Pois é... É que eu tava aqui pensando... Eu fiz tanta coisa lá na terra, né? Trouxe tanta gente pra cá... Pensei que tinham me confundido com seu Zé...

        - Ahhhh, não... A gente não confundiu, não. Seu Zé a gente também conhecia muito bem... Não tinha como confundir, não... Sabe o que é que acontece? É que seu Zé fez muitas caridades durante a vida inteira dele, mas nunca foi recompensado na terra... Todas as recompensas dele ficaram guardadas aqui no céu... Você também fez muitas obras de caridade na terra, mas já teve recompensa demais!... Toda vez que você ficava lá fazendo as suas pregações e o povo lhe aplaudia, você já tava recebendo a sua recompensa!!!"

        Nesse momento, a assembléia não resistiu e aplaudiu com muita força! E foi muito engraçado o desespero do Padre Léo pedindo que parassem de aplaudir!!! Saudoso padre Léo, está fazendo muita falta aqui, e com certeza foi muito bem recebido no céu...

        Fica então a lição para nós... que às vezes somos tão carentes de aplauso e aprovação das pessoas... Muito melhor foi o prêmio que seu Zé recebeu. Quem tem fé que existe o céu, a partir de hoje vai preferir guardar a recompensa para lá, que é por toda a eternidade...

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com