O ponto central deste Evangelho é o Pão. Seja na visão da multidão que seguia Cristo, seja na visão do próprio Jesus. Para aqueles homens e mulheres simples e marginalizados, a partilha do pão era meramente material, um homem que conseguiu multiplicar o alimento deles. Como dizia o grande o sociólogo Herbert de Souza (Betinho), quem tem fome tem pressa, e aqueles ali queriam saber de matar sua fome e, para tanto, pouco se interessaram como havia acontecido aquele milagre. Eles não queriam explicações, queriam apenas comer.
Jesus, entretanto, tinha a intenção de alimenta-los de outra maneira, queria que as pessoas experimentassem um alimento que não pode ser tocado, Ele próprio.
Muitas vezes nós cometemos esse erro. Esperamos o milagre em nossa vida, esperamos a concretização da existência de Deus e como Tomé esperamos ver para crer. Claro que os milagres são alimento de nossa fé mesmo, servem para que possamos comprovar aos olhos a ação de Deus no mundo, todavia, antes de servir aos nossos olhos, nosso coração precisa aceitar e ter fé na graça de Deus. Não podemos condicionar nossa prática de fé no "pão material", mas no espiritual. Precisamos sentir o Amor de Deus por nós sem as provas que o mundo espera, mas simplesmente louvar por Ele ser.
Senhor, dá-nos um coração desapegado do pão material. Faz-nos querer sempre mais e mais alimentar-nos do Pão da Vida, da Palavra de Deus e da Santa Eucaristia, que é o próprio Cristo que se dá e é o maior milagre todos: um pedaço de pão que se transubstancia num Deus tão maravilhoso, só por amor.
Ana Luíza Medeiros
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