Pesquisar neste blog

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Como as pessoas ao nosso redor podem ser sinais de Deus (Mt 19,23-30) (21/08/07)

                Três momentos ficaram na minha cabeça nestes últimos 3 dias, e me ajudaram a refletir nesse Evangelho de hoje. Primeiro, quando meu sogro e amigo, Dr. Bira, disse em palestra para os crismandos, no sábado, algo muito óbvio, mas que eu nunca tinha pensado: as expressões usadas pelos escritores da Bíblia são de acordo com a cultura de cada povo e época. O exemplo que ele deu foi dizendo que quando ele era jovem, usavam a expressão "entrar pelo cano" para dizer que alguém "se deu mal". Se alguém escrevesse uma história que tivesse essa expressão, e alguém lesse essa história uns mil anos após, ou em outro lugar onde ninguém conhecesse essa expressão "entrar pelo cano", iriam pensar que o escritor da história deve ter enlouquecido: "Onde já se viu, a pessoa fez algo errado e entrou pelo cano???"

                O segundo momento que me ajudou nessa reflexão foi a expressão misericordiosa no rosto de uma pessoa que eu nem conheço muito bem. Durante a missa do domingo à noite no Pio X, o Ministro da Eucaristia André estava à esquerda do Monsenhor Catão, e durante boa parte da missa eu percebi um sorriso sereno na sua face. E esse sorriso ficou ainda mais expressivo no momento em que o Monsenhor, ao final da missa, foi se explicar dizendo que apesar de parecer, não estava chateado no momento da sua pregação em que reclamou que as pessoas estavam chegando atrasadas à missa.O olhar e o sorriso de André para Monsenhor Catão era como o de quem estava pensando: "Poxa, Monsenhor, o senhor teria toda a autoridade e razão para reclamar e até ficar chateado com quem chega atrasado na missa, mas está aqui, preocupado que ninguém pense que o senhor está chateado... Hoje eu passei a admirá-lo ainda mais..." Dizem que o momento que uma criança é mais sincera, é o momento em que ela brinca sozinha, pois quando ela sabe que estão observando, ela "representa". André me passou a impressão de transbordar o que o seu coração estava cheio, naquele momento, e sem perceber, estava evangelizando.

                O terceiro fato aconteceu na reunião desta segunda à noite, na preparação para a reunião do sábado com os crismandos. Raoni falou da dificuldade que todos nós estamos enfrentando devido a falta de tempo. Mas apesar disso, ainda arrumou tempo no final de semana para dar palestras em 2 lugares, deixando mulher e filho em casa. E isso é algo que todos nós vemos acontecer na vida dele todas as semanas. Nosso querido papa João Paulo II dizia que o mundo precisa de mais santos que usem calças jeans, e que trabalhem, vão ao cinema, à escola, às festas, e que levem aos outros jovens que é possível ser feliz em todos os ambientes, sendo de Jesus.

                O primeiro fato me ajudou a compreender que a expressão usada por Jesus ("passar pelo buraco de uma agulha") foi certamente um termo para expressar algo muito difícil de acontecer, mas que os discípulos devem ter tentado imaginar aqueeele camelo passando por dentro do buraco da agulha... Devem ter se olhado com espanto real!!! Eles levaram à sério o que Jesus falou... A narração continua dizendo que "Jesus olhou para eles e disse: para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível." É aí que entra o segundo momento que eu falei... Jesus OLHOU PARA ELES... e deve ter sido um olhar de misericórdia, como o de André lá na missa... Só que Jesus deve ter pensado: "Meus filhinhos... será que eu tenho que explicar tudo beeem explicadinho todas as vezes???" Ele poderia ter dito que usou uma metáfora, que foi apenas força de expressão, mas imagine a confusão que ia ser na cabeça daqueles discípulos... Foi mais didático dizer que Deus faz o impossível, inclusive passar um camelo pelo buraco de uma agulha!!! Chega a ser engraçado!

                O terceiro fato ajuda a entender os versículos finais do Evangelho. Jesus diz que a recompensa para quem deixar pai, mãe, irmãos, filhos, trabalho, por causa dEle, é receber 100 vezes mais,  e ter, como herança, a vida eterna. De fato, quem parte em missão merece uma grande recompensa no Reino. No entanto, o papa João Paulo II nos deixa a possibilidade de viver neste mundo em harmonia com a vontade de Deus, levando o Evangelho a todos os lugares, conciliando com trabalho, casa, família e amigos, dando exemplo de que é possível começar o céu aqui na terra.

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com



Encontre o que procura com mais eficiência! Instale já a Barra de Ferramentas com Windows Desktop Search GRÁTIS! Experimente já!

Nenhum comentário:

Postar um comentário